sábado, 30 de noviembre de 2013

Até mais

A mente não mente. Loucos são como crianças: incapazes de mentir. Uma depressão, um ataque de pânico ou uma crise de ansiedade somente podem ser compreendidos por quem já os vivenciou. Caso duvide disso, peça para alguém tentar lhe explicar como é uma dor de cabeça, como se você jamais tivesse tido uma. A sensação da dor mental é horrível. Você fica numa zona nebulosa entre a lucidez e a loucura.


O fato de você não perder a consciência é duro, muito duro. A vontade de matar o pensamento vem à tona: eis a natureza do suicício. Sinceramente, o inferno não pode ser pior. De tão inesplicável e dolorido que são os sintomas, algumas pessoas constumam dizer: isso é desumano, não desejo nem ao meu maior inimigo. Medo da morte, medo de ficar louco e medo de perder o controle de si mesmo são sintomas comuns. Não há como explicá-los. É como dizer a quem nunca teve dor de dente, o que é uma dor de dente. Para tudo tem-se um jeito, menos para a morte. Os remédios são ótimos aliados.

Procure um médico e converse com outras pessoas que passaram por algo parecido. Isso ajuda muito! Aos interessados que não estão em crise, indico o livro "O Demônio do Meio-Dia / Uma Anatomia da Depressão", escrito por Andrew Solomon.
Até mais...

martes, 26 de noviembre de 2013

Viajar para um local distante

Acretidem em mim: se você acha que os resultados dos exames feitos estão errados ou foram trocados, você está com síndrome do pânico; se você começar a medir seu próprio pulso achando que alguma coisa está errada, você está com síndrome do pânico; se você tem receio de fechar a porta do quarto ou banheiro com medo de que algo horrível aconteça, você está com síndrome do pânico; se você acha que está ficando louco ou que pode perder o controle sobre si mesmo e fazer algo horrível, você está com síndrome do pânico; se seu coração disparar, suas pernas tremerem, seu queixo bater, você começar a suar frio, sentir falta de ar e partes do seu corpo formigarem, você está com síndrome do pânico.



Se você tiver receio de viajar para um local distante onde o acesso a um hospital é difícil, você está com síndrome do pânico; se alguma dessas sensações ocorrer do nada ou quando você está parado no trânsito ou dentro de um túnel, você está com síndrome do pânico. Se você está com medo de tomar remédio tarja preta, com um intenso medo dele um dia parar de fazer efeito, você está com síndrome do pânico.

Como sei de tudo isso sem conhecer você? Simples, esses são sintomas de uma doença e certamente passarão. Por isso, por favor, de um crédito a mim, procure um psiquiatra e siga suas orientações. Dependendo da gravidade dos sintomas, temos a sensação de saber exatamente o que uma pessoa que morre sente antes de morrer, com apenas uma diferença: sentimos isso várias vezes. Lembre-se: para tudo tem um jeito, menos para a morte!

jueves, 21 de noviembre de 2013

A coisa é muito mais séria

De início, agradeço imensamente os visitantes desse blog. Os poucos comentários deixados são reflexos do preconceito ainda existente. É uma pena, pois isso faz com que a depressão torna-se uma doença solitária. Quando digo "doença" é por que estou certo de que a causa dos sintomas é física, decorre de algum desequilibrio na química do cérebro ou de problemas com neurotransmissores.


Assim como uma novalgina neutraliza a febre, os remédios para depressão neutralizam pensamentos aterorizantes, resgatando um estado de espírito suportável e compatível com o cotidiano. Durante um estado depressivo, os minutos demoram a passar, uma sensação de estranheza toma conta do seu ser, as outras pessoas parecem incrivelmente fortes, pensamentos suicidas passam por sua mente, atitudes antes simples passam a requerer um esforço desumano, a impotência e a culpa por sentir-se depressivo são imensas, a fadiga enorme, a mente fica confusa e inquieta etc.

Por isso, ATENÇÃO FAMILIARES E AMIGOS: sejam solidários e atenciosos, respeitem muito o que vocês graças a Deus desconhecem, tenham paciência, levem a pessoa de imediato a um médico ou grupo de ajuda, estudem o assunto e, por favor, não façam julgamentos idiotas. Um dia desses vou escrever sobre tudo aquilo que não deve ser dito a quem está com depressão, mas adianto que pedir para pararmos de frescura ou sermos fortes é a pior coisa que vocês podem fazer.

Se não quiserem ajudar, por favor, procurem ajuda e não atrapalhem. A coisa é muito mais séria do que vocês pensam. Insisto: a dor mental e o desespero são indescritíveis! Hoje ainda não existe cura, mas há tratamentos muito eficazes e diversas pesquisas sobre o assunto. Por isso, lembre-se que para tudo tem um jeito, menos para a morte. Os links desse blog podem lhe ajudar.

viernes, 15 de noviembre de 2013

Estímulo Emocional

Uma variante do gene transportador de serotonina, em combinação com o estresse, pode causar uma predisposição à depressão ao causar superatividade em uma parte do cérebro, segundo estudo publicado na edição de 10 de outubro do periódico Proceedings of the National Academy of Sciences (Pnas). A variante curta do gene transportador de serotonina já havia sido associada à depressão em pessoas com alto grau de estresse, mas a base neural não era conhecida. Uma hipótese anterior sugeria que pacientes com a variante do gene curto ativariam fortemente a região das amígdalas cerebrais - lóbulo arredondado na superfície anterior do cerebelo - em resposta a estímulos emocionais.


Segundo o modelo desenvolvido no novo estudo, no entanto, a presença da variante curta não aumentou a reação da amígdala ao estímulo emocional, mas elevou sua atividade durante o repouso. A equipe de cientistas norte-americanos e alemães, liderada por Turhan Canli, do Departamento de Psicologia da Universidade Stony Brook, nos Estados Unidos, utilizou uma técnica de captação de imagens cerebrais para determinar como o gene e o ambiente poderiam de fato interagir no cérebro. O estudo considerou 48 adultos com idade média de 24,7 anos. Os critérios excluíam quem tinha histórico de psicopatologias diagnosticadas ou uso de medicação que alterasse o comportamento. Os participantes foram submetidos a questionários sobre o histórico de estresse, incluindo itens ligados a trabalho, problemas legais e financeiros, relacionamentos, morte e doenças sérias na família. Os pesquisadores utilizaram imagens de ressonância magnética funcional para medir o fluxo sangüíneo em regiões específicas do cérebro. A mensuração da atividade cerebral é considerada um indicador mais sensível das respostas emocionais do que os métodos tradicionais fundamentados na descrição verbal do paciente.

Os resultados mostraram que, em vez de ser superativada em resposta a estímulos emocionais negativos, a amígdala cerebral das pessoas com a variante de gene curto ficava superativa mesmo em estado de repouso, particularmente nos indivíduos com altos níveis de estresse. Pessoas nessas condições mostraram um fator de risco para depressão em relação aos que possuem a variante longa do gene. O artigo Neural correlates of epigenesis, de Turhan Canli e colaboradores, pode ser lido em

lunes, 11 de noviembre de 2013

Procure um médico e peça ajuda!

Olá, estou de volta! Tenho imensa satisfação em ler os comentários deixados neste blog. Para tentar dar alguma luz a quem está na escuridão, reitero aqui o seguinte ponto de vista: estou absolutamente certo de que a depressão é uma doença que, num futuro breve, poderá ser curada.


A depressão fica incubada no organismo, por vezes dá sinal de sua existência e vem à tona quando a pressão aumenta. Se alguém propenso a ter problemas no sistema circulatório corre uma maratona, é possível que ele tenha, por exemplo, um ataque cardíaco.

Da mesma forma, se alguem propenso a ter problemas no sistema nervoso submete-se a uma perda ou stress (maratona emocional), é possível que ele tenha depressão ou pânico. Por isso, não se culpe por sentir o que sente. Apesar de não haver cura, há remédios e tratamentos eficazes.

Procure um médico e peça ajuda! Saiba que só terapia não cura a depressão. Todavia, ela ajuda a identificar os sintomas da depressão ou pânico (dores mentais), aumentando a compreensão e melhorando a qualidade de vida.

lunes, 4 de noviembre de 2013

Para tudo tem um jeito, menos para a morte

Os pensamentos suicidas, por vezes, aparecem, como forma de aniquilar a dor mental. Respeito aqueles que já cometeram suicídio, mas DISCORDO muito dessa atitude. Os deprimidos, mais cedo ou mais tarde, se tratados, livram-se da paralisia depressiva, ao contrário dos portadores de outras doenças.


Por isso, peça ajuda, dê tempo ao tempo, insista no tratamento, fique no escuro, grite, durma, não coma, consulte outros médicos, desabafe as angústias escrevendo um diário, faça um blog, ligue para um amigo, soque o travesseiro, perca o emprego, procure por grupos de ajuda, mas JAMAIS tente cometer suicídio: faço esse pedido a todos, sem exceção, do fundo do meu coração. Lembre-se que um dia você andou e, mais cedo ou mais tarde, um dia você voltará a andar.

Eu garanto, confie em mim. Sei como são as dores mentais, pois já sentei várias vezes na "cadeira negra de rodas da depressão" à beira do vale dos suicidas. Passei por vários psiquiatras e, infelizmente, constatei que muitos deles são incapazes de compreender a gravidade do assunto, justamente pela dificuldade de se entender o que é uma dor-de-cabela sem jamais ter tido uma. Para tudo tem um jeito, menos para a morte. Se a situação estiver muito insuportável, procure no Hospital das Clínicas de São Paulo pelos tratamentos EMT e ECT. Eles são uma boa alternativa e costumam ser indicados para idosos: uma moleza.

Nada se compara ao sofrimento da depressão. Estou aberto a esclarecer dúvidas e receber críticas, pois a vida é um eterno aprendizado.

jueves, 31 de octubre de 2013

Após o início da medicação prescrita

Fui diagnosticado com síndrome do pânico e, em seguida, acometido por depressão grave. Isso foi há quase 15 anos. Os sintomas sempre existiram, desde minha infância, e tornaram-se menos discretos com o passar do tempo. Eu era incapaz de descrevê-los e não existia internet. O assunto era um tabu e a informação restrita a médicos. Os outros achavam que era frescura, chamavam meus colapsos de "pirepaques" ou "tremeliques". Lembro-me de ter feito eletroencefalograma, para verificar se tinha problemas neurológicos.


Ninguém ventilava a hipótese dos sintomas serem psiquiátricos, pois esse assunto era apavorante. Passei por péssimos bocados. Ao receber o diagnóstico de pânico, tentei superar os sintomas só com força de vontade, claro que sem sucesso. Sofri muito e à toa por causa disso: se arrependimento matasse...

Após o início da medicação prescrita, as crises foram se espaçando e a depressão melhorando. Se fosse em outra época, acreditem, certamente seria internado num hospício. Agradeço a Deus, todos os dias, pela evolução da medicina.